Começou neste mês a temporada das baleias no litoral brasileiro, que se estenderá até novembro. A diretora do Projeto ProFranca, Karina Groch, informou que no caso das baleias Franca, a temporada começou um pouco mais cedo. As primeiras baleias dessa espécie foram registradas no dia 12 de junho. “Desde então, o número vem aumentando”, disse Karina.
Foi iniciada também neste mês a 13ª temporada de reprodução das baleias Jubarte no Brasil, com a reocupação de antigas áreas de reprodução, com maior concentração no banco de Abrolhos, no extremo sul da Bahia e norte do Espírito Santo. “Setenta por cento da população estão nessa região”, disse Enrico Marcovaldi, coordenador do Projeto Baleia Jubarte.
Há crescimento, porém, para outras áreas. Até o ano passado, as baleias se espalhavam de São Paulo até o Rio Grande do Norte. Este ano, para surpresa dos pesquisadores, elas estão aparecendo também em Santa Catarina e Rio de Janeiro. “A gente vai acompanhar. Onde as baleias estão, a gente está junto”, assegurou Marcovaldi.
A população, que era estimada entre mil a 1,5 mil espécies, na década de 1990, subiu hoje para 20 mil baleias Jubarte. No ano passado, o projeto percorreu na região de Abrolhos cerca de 798,8 milhas náuticas durante 23 dias. Nesse período, foram registrados 171 grupos que somaram 433 baleias, das quais 76 eram filhotes.
Pesquisas - O Projeto Baleia Jubarte, também apoiado pela Petrobras, tem várias linhas de pesquisa. Há coleta de dados e de material para subsidiar políticas de conservação.Na foto identificação, identifica-se cada baleia pela parte central da nadadeira caudal, que apresenta um padrão de pigmentação que varia do branco até o preto total. “É como se fosse a impressão digital do ser humano”, explica Marcovaldi.
Ao longo dos últimos 30 anos, o banco de identificação do projeto superou 6 mil baleias. Os pesquisadores coletam também pequenos pedaços de pele e gordura das baleias para ver material genético, contaminantes, sexo das baleias.
Outras ações importantes para a preservação da baleia Jubarte é o trabalho de turismo de observação ao longo do litoral da Bahia e do Espírito Santo, com vários parceiros capacitados e monitorados. “Acreditamos que é uma grande ferramenta para a conservação, porque agrega valor econômico em cima da baleia. É um gerador de emprego e renda, de sensibilização. Isso contrapõe qualquer ameaça que venha de caça. A gente prova que vale muito mais baleia viva do que morta”, disse Enrico Marcovaldi.
A temporada de turismo de observação de baleias Jubarte foi aberta agora em Porto Seguro.
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